Antes de ir para o post os devidos créditos são dos sites RetrôTV pelo ótimo texto, e do Tinha que ser o Chaves pela façanha de ter as fotos dos dubladores (em especial a foto de Marcelo Gastaldi, algo raro de encontrar na Internet). No detalhe temos então as fotos de Marcelo Gastaldi (Charlie Brown), Carlos Seidl (Schroeder) e Sandra Marah (Pat Pimentinha). Que coincidentemente são as vozes de Chaves/Chapolin, Seu Madruga e Chiquinha seguindo a ordem. Por isso acho que essa dublagem da MAGA é a mais lembrada e adorada pelos fãs do desenho Snoopy, por todo esse carinho que temos por todos esses personagens mencionados. Bom agora vamos ao post! Infelizmente, a dublagem é uma arte que permanece anônima e pouco reconhecida no Brasil. Um bom exemplo disto foi Marcelo Gastaldi, ator e dublador, que faleceu no anonimato, deixando apenas saudades à sua família e às pessoas que tiveram a sorte de conhecê-lo.
Marcelo Gastaldi, faleceu em 1995 aos 50 anos. Era diretor de dublagem na Maga Produções Artísticas, uma espécie de sub-empresa do Grupo Silvio Santos, através da qual, a TVS (atual SBT), realizava as dublagens de filmes, desenhos e séries, a serem exibidos pelo canal nas décadas de 80 e 90. Gastaldi também dublou. Iniciou sua carreira em dublagem, nos anos 60 em "A Noviça Voadora" (AIC-SP, na voz de Carlos). Mais tarde atuou em "Snoopy" (Maga, na voz de Charlie Brown e do locutor), nas séries "Chaves" e "Chapolim" (Maga, nas vozes dos mesmos), O Super Herói Americano (Maga, na voz do protagonista Ralph), o ator Jerry Lewis, "Batman" (AIC-SP na voz do vilão Traça), "Spectreman" (Com Arte-SP, na voz de Wada) e "Os Monkees" (AIC-SP, na voz de Michael Nesmith), entre outros.
A conduta da TVS, sempre foi estranha quanto aos seus dubladores. A Maga (abreviatura de Marcelo Gastaldi), apareceu logo após o fechamento dos estúdios Com Arte e Elenco, também ligados à emissora de Silvio Santos. As duas companhias de dublagens, utilizaram o mesmo "cast" de dubladores, os mesmos estúdios e equipamentos. Na verdade a Maga não era um estúdio, e sim uma cooperativa de dubladores. Atualmente é o Estúdio Marshmallow.
Constantemente, as aberturas dos filmes, desenhos e séries, passaram a ser mutilados, omitindo o nome da empresa responsável pela dublagem. Talvez, pelo fato das dificuldades de comercialização do produto para com as outras emissoras. No início das produções, o locutor narrava - "Versão: Maga. Dublado nos estúdios da TVS". Contudo, isso não justifica os cortes, vide o caso da Herbert Richers e da Rede Globo.
Enfim, o núcleo de dublagem do SBT foi extinto por completo no início dos anos 90, sendo tais profissionais descartados. Mas, no entanto, até hoje seus trabalhos são exibidos, como no caso de "Chaves", por exemplo. No caso do desenho "Snoopy", foi realizada outra dublagem (VTI-Rio). Nos filmes da série "A Hora do Pesadelo", idem.
É inaceitável assistirmos as emissoras lucrando com o trabalho de pessoas já falecidas, sem pagarem os direitos de exibição às suas famílias, não reconhecendo-os como artistas! Os familiares de Gastaldi, passaram (passam) por necessidades financeiras!
Estes é apenas um exemplo, entre muitos outros, de artistas de talento muito divulgado, pouco reconhecidos e esquecidos pelas emissoras.
Por isso, pessoas como nós, admiradores desta arte, temos que sempre lembrar destas pessoas para que fatos deste teor não se repitam mais...
Gastaldi trabalhou como ator em algumas novelas. Entre elas, "Eu Amo Esse Homem", da TV Paulista (que se tornaria TV Globo, anos depois), em 1964 e "Sombras do Passado", do SBT em 1983.
Foi integrante de um grupo musical da Jovem-Guarda: Os Iguais.